* Tradução da reportagem especial de Harriet Sherwood, em inglês no original entitulado The Palestinian children – alone and bewildered – in Israel's Al Jalame jail, publicado no Domingo, 22 de Janeiro de 2012 na edição online do The Guardian. Todos os direitos reservados à autora e ao jornal.
As
crianças palestinas: sozinhas e fragilizadas na prisão Al Jalame de
Israel
Matéria
especial: O sistema judiciário militar de Israel é acusado de
maltratar crianças palestinas presas por jogar pedras
O quarto é
só um pouco mais largo do que o colchão fino e sujo que cobre o
chão. Atrás de uma parede de concreto baixa está uma privada de se
agaxar, da qual o fedor não consegue se dissipar, já que não há
janelas na sala. As paredes ásperas de concreto desencorajam
apoiar-se, a iluminação constante inibe o sono. A entrega de comida
através de uma abertura embaixo da porta é a única maneira de
marcar o tempo, de dividir dia e noite.
Esta é a
Cela 36, localizada no interior da prisão de Al Jalame, no norte de
Israel. É uma das várias celas onde crianças palestinas são
trancadas em confinamento solitário por dias ou mesmo semanas. Um
jovem de 16 anos afirma que foi mantido na Cela 36 por 65 dias.
A única
fuga é a sala de interrogatório, onde as crianças são atadas por
pés e mãos à cadeira, enquanto são interrogadas, às vezes por
horas.
A maior
parte deles é acusada de jogar pedras em soldados ou colonos;
alguns, de lançar coquetéis molotov; outros poucos, de infrações
mais graves como conexões com organizações militantes ou uso de
armas. Eles também são pressionados a ceder informações sobre as
atividades e simpatias de seus colegas de classe, parentes e
vizinhos.
No começo,
a maior parte deles nega as acusações. A maioria diz que são
ameaçados, alguns relatam o uso de violência física. Abuso verbal
é comum: “Você é um cão, sua mãe é uma puta”. Muitos ficam
exaustos pela privação de sono. Dia após dia eles são
acorrentados à cadeira e depois mandados de volta para a solitária.
No fim, muitos assinam confissões que, posteriormente, eles afirmam
terem sido obtidas à força.
Estas
afirmações e descrições vêm de depoimentos dados por menores à
uma organização de direitos humanos e de entrevistas conduzidas
pelo The Guardian. Outras celas nas prisões de Al Jalame e Petah
Tivka também são usadas como solitária, mas a cela 36 é a mais
frequentemente citada nestes testemunhos.
Entre
500 e 700 crianças palestinas são presas por soldados israelenses
todo ano, a maior parte delas acusada de jogar pedras. Desde 2008, a
ONG Defence
for Children International
(DCI)
coletou testemunhos prestados por 426 menores detidos no sistema
jurídico militar de Israel.
Suas
afirmações mostram um padrão de prisões feitas durante a noite,
com mãos atadas por amarras de plásticos, vendas, abuso físico/
verbal e ameaças. Aproximadamente 9% de todos aqueles que deram
depoimento dizem que foram mantidos em confinamento solitário,
embora tenha havido um aumento de 22% os últimos seis meses.
Poucos
pais e mães são avisados da localização de seus filhos. Menores
raramente são interrogados na presença dos pais e raramente veem um
advogado antes ou durante o primeiro interrogatório. Muitos são
detidos dentro de Israel, o que torna as visitas familiares muito
difícil.
Organizações
de direitos humanos dizem que estes padrões de tratamento - que são
corroborados por um estudo separado, No
Minor Matter,
conduzido pelo grupo israelense B’Tselem - violam a convenção
internacional sobre os direitos das crianças,
que Israel ratificou, e a quarta convenção de Genebra.
Muitas
crianças mantém que são inocentes dos crimes de que são acusadas,
apesar das confissões de culpa, diz Gerard Horton do DCI. Mas, ele
acrescenta, culpa ou inocência não são questões relevantes em
relação ao tratamento que sofrem.
“Nós
não estamos dizendo que infrações não são cometidas. Estamos
dizendo que crianças têm direitos legais. Independentemente do que
elas são acusadas, elas não devem ser presas no meio da noite em
operações aterrorizantes, elas não devem ser amarradas e vendadas
dolorosamente às vezes por horas a fio, elas devem ser informadas
sobre seu direito ao silêncio e elas devem ter o direito de ter um
dos pais presente durante o interrogatório”.
Mohammad
Shabrawi da cidade de Tulkarm, na Cisjordânia, foi preso, com 16
anos, no último Janeiro, aproximadamente às 2h30 da manhã. “Quatro
soldados entraram no meu quarto e disseram: você tem que vir
conosco. Eles não disseram por que, não disseram nada, nem para
mim, nem para os meus pais”, ele disse ao The Guardian.
Algemado
com uma amarra de plástico e vendado, ele acha que primeiro foi
levado a um assentamento, onde ele teve de se ajoelhar - ainda
algemado e vendado - por uma hora em uma estada de asfalto durante o
frio gelado da noite. Uma segunda jornada terminou aproximadamente às
8 da manhã no centro de detenção de Al Jalame, também conhecido
como prisão Kishon, entre os campos próximos à estrada que vai de
Nazaré à Haifa.
Depois de
uma checagem médica de rotina, Shabrawi foi levado à Cela 36. Lá,
ele passou 17 dias na solitária, além dos interrogatórios, e em
uma cela parecida, a número 37, ele disse. “Eu estava sozinho,
assustado todo o tempo e precisava de alguém para conversar. Eu
estava em choque por estar sozinho. Eu estava desesperado para
encontrar qualquer um, falar com qualquer um... Eu estava tão
chateado que quando eu estava fora [da cela] e via a polícia, eles
estavam falando em hebraico e eu não falo hebraico, mas mesmo assim
eu estava balançando a cabeça como se eu entendesse. Eu estava
desesperado para falar”.
Durante o
interrogatório, ele estava amarrado. “Eles me xingaram e ameaçaram
prender minha família se eu não confessasse”, ele disse. Ele viu
um advogado pela primeira vez 20 dias depois de sua prisão, ele
disse, e foi condenado depois de 25 dias. “Eles me acusaram de
muitas coisas”, ele disse, acrescentando que nenhuma delas era
verdadeira.
Em algum
momento, Shabrawi confessou ter sido membro de uma organização
proibida e foi sentenciado à 45 dias. Desde sua libertação, ele
diz, ele estava “com medo do exército, com medo de ser preso”.
Ele disse ter se tornado mais recluso.
Ezz
ad-Deen Ali Qadi de Ramallah, que tinha 17 anos quando foi preso em
Janeiro passado, descreveu um tratamento similar durante sua prisão
e detenção. Ele diz que foi mantido na solitária em Al Jalame por
17 dias nas Celas 36, 37 e 38.
“Eu
começava a repetir as perguntas dos interrogadores para mim mesmo,
me perguntando se era verdade a acusação deles”, ele disse ao The
Guardian. “Você sente a pressão da cela. Aí você pensa sobre
sua família e você sente que vai perder seu futuro. Você fica
sobre uma pressão gigantesca”.
Seu
tratamento durante o interrogatório dependia do humor dos seus
interrogadores, ele diz. “Se ele está de bom humor, às vezes ele
permite que você sente na cadeira sem as algemas. Ou ele pode te
forçar a sentar em uma cadeira pequena com um aro de ferro atrás.
Daí ele amarra suas mãos no aro e suas pernas nas pernas da
cadeiras. Às vezes você fica desse jeito por quatro horas. É
doloroso.
“Às
vezes eles tiram sarro de você. Eles perguntam se você quer água e
se você diz que sim eles trazem, mas daí o interrogador é que
bebe”.
Ali Qadi
não viu seus pais durante os 51 dias em que esteve preso antes do
julgamento, ele afirma, e só teve permissão de ver um advogado
depois de 10 dias. Ele foi acusado de jogar pedras e de planejar
ações militares, depois de condenado, ele foi sentenciado a seis
meses de prisão. O The Guardian tem depoimentos de mais cinco jovens
que disseram terem sido presos na solitária em Al Jalame e em Petah
Tivka. Todos confessaram depois de interrogatório.
“A
solitária destrói o ânimo de uma criança”, disse Horton.
“Crianças dizem que depois de uma semana com esse tratamento, ele
confessam simplesmente qualquer coisa para poderem sair da cela”.
A Agência
de Segurança Israelense (ISA) - também conhecida como Shin Bet -
contou ao The Guardian: “Ninguém que é interrogado, incluindo
menores, é mantido em uma cela como medida punitiva ou com o
objetivo de obter uma confissão”.
O serviço
penitenciário israelense não respondeu à questão específica
sobre a solitária, dizendo apenas que “a encarceração de
prisioneiros... é submetida a examinação legal”.
Jovens
detentos também alegam pesados métodos de interrogação. O The
Guardian entrevistou o pai de um menor que cumpre uma pena de 23
meses por jogar pedras em veículos. Ali Odwa, de Azzun, disse que
seu filho Yashir, que tinha 14 anos quando foi preso, levou choques
elétricos de taser enquanto estava sendo interrogado.
“Eu
visitei meu filho na prisão. Eu vi marcas de choques elétricos nos
seus braços, eles estavam visíveis através do vidro. Eu perguntei
a ele se eram de choques elétricos, ele apenas balançou a cabeça.
Ele estava com medo de que alguém estivesse ouvindo”, Odwan disse.
O DCI tem
depoimentos de três menores acusados de jogar pedras que afirmam
terem sido eletrocutados sob interrogatório em 2010.
Outro
jovem de Azzun, Sameer Saher, tinha 13 anos quando foi preso às 2 da
madrugada. “Um soldado me segurou de cabeça para baixo, me levou
para uma janela e disse: ‘Eu quero jogar você desta janela’.
Eles me bateram nas pernas, estômago, rosto”, ele disse.
Seus
interrogadores o acusaram de atirar pedras e exigiram o nome de seus
amigos que também jogaram pedras. Ele foi liberado sem acusações
aproximadamente 17 horas depois de sua prisão. Agora, ele diz, ele
tem dificuldade de dormir por medo “de que eles vão vir de noite e
me prender”.
Em
resposta às questões sobre maus tratos, incluindo choques
elétricos, a ISA disse: “As afirmações de que jovens palestinos
foram sujeitos à técnicas de interrogação que incluem
espancamento, longos períodos algemados, ameaças, truques, abuso
verbal, humilhação, isolamento e impedimento de sono não tem
absolutamente nenhuma base... Investigadores agem de acordo com a lei
e com determinações inequívocas que proíbem tais ações”.
O The
Guardian também viu raras gravações audiovisuais do interrogatório
de dois meninos, de 14 e 15 anos, do vilarejo de Nabi Saleh, local
onde ocorrem semanalmente protestos contra os colonos dos arredores.
Muitos estão visivelmente exaustos depois de serem presos no meio da
noite. Seus interrogatórios, que começaram perto das 9:30 da manhã,
duraram quatro e cinco horas.
Em nenhum
dos casos estavam presentes advogados durante o interrogatório.
A lei
militar israelense foi aplicada na Cisjordânia desde que Israel
ocupou os territórios, mais de 44 anos atrás. Desde então, mais de
700.000 homens, mulheres e crianças palestinas foram presas sob
ordens militares.
De acordo
com a lei militar 1651, a idade de responsabilidade criminal é 12
anos, e crianças mais novas do que 14 anos enfrentam um máximo de
seis meses de prisão.
No
entanto, crianças de 14 e 15 anos poderiam, em teoria, ser
sentenciadas a até 20 anos por jogar objetos em um veículo em
movimento com a intenção de ferir. Na prática, a maior parte das
sentenças vão de duas semanas a 10 meses, de acordo com o DCI.
Em
Setembro de 2009, uma corte militar especial para jovens foi criada.
Ela se reúne em Ofer, uma prisão militar fora de Jerusalém, duas
vezes por semana. Menores são trazidos à corte com as pernas
amarradas, algemas e vestindo uniformes marrons de prisioneiro. Os
procedimentos são em hebraico com a tradução intermitente de
soldados que falam árabe.
O serviço
penitenciário israelense disse ao The Guardian que o uso de amarras
em locais públicos era permitido nos casos em que “há uma
preocupação razoável de que o prisioneiro possa escapar, causar
dano à propriedade ou a pessoas, ou causará dano à evidência ou
tentará destruir evidências”.
O The
Guardian testemunhou um caso neste mês no qual dois garotos, um de
15 e outro de 17 anos, admitiram terem entrado ilegalmente em Israel,
terem lançado coquetéis molotov e pedras, terem iniciado um
incêndio que causou dano extensivo e terem vandalizado propriedade.
A acusação pediu por uma sentença que refletisse as “razões
nacionalistas” e que agisse como um bloqueador.
O garoto
mais velho foi sentenciado a 33 meses de prisão, o mais novo a 26
meses. Ambos foram sentenciados a um adicional de 24 meses e foram
multados em 10.000 shekels (R$4.600). Se o pagamento não for
efetuado, haverá um adicional de 10 meses de prisão.
Muitas
delegações parlamentares britânicas testemunharam audições
infantis em Ofer nos últimos anos. Alf Dubs relatou à Casa dos
Lordes, em Maio passado, dizendo: “Nós vimos um menino de 14 anos
e um de 15 anos, um deles estava chorando, os dois pareciam
absolutamente fragilizados... Eu não acredito que este processo
humilhante represente justiça. Eu acredito que a maneira com que
estas jovens pessoas são tratadas é já um obstáculo para que
Israel alcance um relacionamento pacífico com o povo palestino”.
Lisa
Nandy, membro do parlamento britânico por Wigan, testemunhou o
julgamento de um jovem atado de 14 anos em Ofer no mês passado e
achou aflitiva a experiência. “Em cinco minutos ele foi julgado
culpado de jogar pedras e foi sentenciado a nove meses. Foi chocante
ver uma criança passar por este processo. É difícil ver como uma
solução [política] pode ser alcançada quando jovens estão sendo
tratadas desta maneira. Eles terminam com pouquíssima esperança no
seu futuro e com muito ódio por seu tratamento”.
Horton
disse que uma confissão de culpa era “a maneira mais rápida de
sair do sistema”. Se a criança disser que sua confissão foi
forçada, “isso lhes permite uma defesa legal, mas a fiança é
negada, eles irão permanecer em detenção mais tempo do que se eles
tivessem simplesmente confessado”.
Uma
opinião de especialista,
escrita por Graciela Carmon, psiquiatra infantil e membro do
Physicians
for Human Rights,
em maio de 2011, disse que crianças são particularmente vulneráveis
a fornecer falsas confissões sob coerção.
“Embora
alguns dos detentos entendam que fornecer uma confissão, apesar de
sua inocência, terá repercussões negativas no futuro, eles
confessam mesmo assim, já que a angústia física e/ou psicológica
imediata que eles sentem se mostra mais forte do que as implicações
futuras, sejam elas quais forem”.
Quase
todos os casos documentados pelo DCI terminaram em confissão de
culpa e aproximadamente três quartos dos menores culpados foram
transferidos para prisões dentro de Israel. Isto infringe o artigo
76 da quarta convenção de Genebra, que determina que crianças e
adultos dos territórios ocupados sejam detidos dentro do território.
As Forças
Armadas de Israel (IDF), responsáveis pelas prisões na Cisjordânia
e pelo sistema penal militar, disseram mês passado que o sistema
penal militar era “embasado em um cometimento com a asseguração
dos direitos do acusado, imparcialidade judicial e uma ênfase na
prática das normas legais internacionais em situações
incrivelmente complexas e perigosas”.
A ISA
disse que seus empregados agiram de acordo com a lei e que os presos
tiveram todos os direitos que lhes são cabíveis, incluindo o
direito a aconselhamento legal e visitas da Cruz Vermelha. “A ISA
nega categoricamente todas as afirmações em relação ao
interrogatório de menores. Na verdade, a verdade é o completo
oposto - as especificações da ISA garantem proteções especiais a
menores, necessárias devido a sua idade”.
Mark
Regev, porta-voz do primeiro ministro israelense, Binyamin
Netanyahu, disse ao Guardian: “Se detentos acreditam que estão
sendo maltratados, especialmente em caso de menores... é muito
importante que estas pessoas, ou pessoas os representando, venham e
tragam estas questões a público. O teste de uma democracia é a
maneira como você trata as pessoas encarceradas, pessoas na cadeia
e, especialmente, crianças nesta situação”.
Jogar
pedras, ele acrescenta, era uma atividade perigosa que resultou nas
morte de um pai e de um filho israelenses no ano passado.
“Jogar
pedras, lançar coquetéis molotov e outras formas de violência são
inaceitáveis e as autoridades de segurança têm de terminar com
estas ações quando elas acontecem”.
Grupos
defensores dos direitos humanos estão preocupados com o impacto a
longo prazo da detenção de palestinos menores de idade. Algumas
crianças inicialmente mostram um pouco de orgulho, acreditado que
aquilo foi um rito de passagem, disse Horton. “Mas quando você
senta com eles por uma hora ou mais, sob este verniz de orgulho está
uma criança consideravelmente traumatizada”. Muitos deles, ele
diz, nunca mais querem ver um soldado ou chegar perto de um posto de
verificação. Ele acha que o sistema funciona como um bloqueador?
“Sim, acho que ele funciona”.
De acordo
com Nader Abu Amsha, o diretor do YMCA em Beit Sahour, próximo à
Belém, que mantém um programa de reabilitação para jovens, “as
famílias pensam que quando a criança é liberta, este é o fim do
problema. Nós dizemos a eles que este é o começo do problema”.
Após a
detenção, muitas crianças exibem sintomas de trauma: pesadelos,
desconfiança dos outros, medo do futuro, sentimentos de desesperança
e desvalorização, comportamento obsessivo-compulsivo, incontinência
urinária, agressão, reclusão e falta de motivação.
As
autoridades israelenses deveriam considerar os efeitos a longo prazo,
diz Abu Amsha. “Eles não dão atenção à maneira com que isto
pode fazer continuar o ciclo de violência, com que isso pode
aumentar o ódio. Estas crianças saem do processo com muita raiva.
Alguns deles sentem a necessidade de vingança.
“Você
vê crianças que estão totalmente destruídas. É doloroso ver a
dor destas crianças, ver o quanto elas estão exauridas pelo sistema
israelense”.
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Em seguida a esta reportagem, foi postado no portal do The Guardian, um vídeo cedido pela ONG B'Tselem, com a seguinte entrevista, dada por dois jovens palestinos.
Em seguida a esta reportagem, foi postado no portal do The Guardian, um vídeo cedido pela ONG B'Tselem, com a seguinte entrevista, dada por dois jovens palestinos.